tag:blogger.com,1999:blog-3931633348452706196.post4384126467212777554..comments2014-05-27T11:04:08.753-07:00Comments on Palavras Inconjuntas: Tecnologia e afetos. Uma conversa com Antígona, Heidegger e... Freud.Ana Carina Vilareshttp://www.blogger.com/profile/13404374855373577217noreply@blogger.comBlogger4125tag:blogger.com,1999:blog-3931633348452706196.post-46106051756004811182011-12-12T06:35:51.377-08:002011-12-12T06:35:51.377-08:00Sim Raquel! As tuas palavras fizeram-me lembrar as...Sim Raquel! As tuas palavras fizeram-me lembrar as palavras de uma filósofa de quem gosto muito, Martha Nussbaum: "Através das nossas ligações afectivas, tornamo-nos susceptíveis a perdas que não são nossas por si mesmas. Uma pessoa sem ligações fortes tem apenas a sua própria saúde, virtude e sucesso, para se preocupar. A pessoa que ama outra tornar-se-á aflita, ansiosa, a partir de um número muito maior de acontecimentos, e estará duplamente sujeita à sorte." Esta passagem é da obra The fragility of goodness de Nussbaum. De cunho muito aristotélico: contingente e trágico na relação entre a medida e a desmedida do bem!Ana Carina Vilareshttps://www.blogger.com/profile/13404374855373577217noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3931633348452706196.post-55178265788844936652011-11-28T15:40:52.835-08:002011-11-28T15:40:52.835-08:00Um tema extremamente actual que a Professora nos t...Um tema extremamente actual que a Professora nos traz e repleto de complexidade. Não só preocupa a filosofia como qualquer outra área. Até onde o Homem pode e quer ir? E como o está a fazer? Já não se trata de desafiar as leis de Creonte, e fundamentar uma justiça universal, mas confrontar os nossos próprios valores noutra dimensão. Que tecnologia é essa que se desenvolve sem nos dar tempo de a reflectir, por vezes, e de a acompanhar de forma cuidadosa? O que queremos afinal para a nossa vida, que segredos queremos desvendar e perder para sempre? Será que sabemos realmente se queremos viver eternamente, e nunca acabar? O engraçado é que nunca nos pomos a pensar que desígnios estão ocultos neste desenfrear tecnológico. Marcante no seu texto, é a consideração que "não há neutralidade na tecnologia. Não há. Toda ela é tecida de afetos, “feita” para os afetos, inicitadora e capaz de nos afetar…". E seremos contra um desenvolvimento que nos poderá tornar perfeitos fisicamente? Eliminar maleitas que nos afastam dos que amamos e não queremos deixar? E depois, perde-se a fragilidade da vida, a tragicidade de estar cá e viver com a condição de morrer. Eticamente está aqui um campo profuso de interpretações para uma aurora que jamais se quererá dissipar.raquelhttps://www.blogger.com/profile/13828990057505373364noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3931633348452706196.post-7107234298421835002011-11-27T13:56:09.574-08:002011-11-27T13:56:09.574-08:00Sim Ruben! Este poema de Antígona é comentado não ...Sim Ruben! Este poema de Antígona é comentado não só por Heidegger e Zizek, mas também por Hans Jonas, por exemplo. <br />É interessante que muitas das<br />interpretações "éticas" da tragédia Antígona de Sófocles vão na direção de que a protagonista simboliza a justiça universal. Ela sim a promove ao contrário da regra citadina de Creonte. Tanto Heidegger como Zizek vêm no ato de Antígona algo de demoníaco, de violento, que desconstroi a norma instituída a favor de um bem maior. Seria caso para perguntarmos: estará assim tão longe a justiça da violência? Pode um ato violento ser justo? Violência emancipatória, diz Zizek. Aí não há dualidade, há tensão entre dois pólos que jamais imaginariamos juntos. Mas eles unem-se e a polaridade deixa de fazer sentido. Lá está: "dá que pensar"!Ana Carina Vilareshttps://www.blogger.com/profile/13404374855373577217noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3931633348452706196.post-116435091556241352011-11-26T16:54:02.662-08:002011-11-26T16:54:02.662-08:00"Da sua arte o engenho subtil
p’ra além do qu..."Da sua arte o engenho subtil<br />p’ra além do que se espera, ora o leva<br />ao bem, ora ao mal"<br /><br />Lá está a tal polaridade que existe em toda a criação humana instrumental. Ora com um pé no bem, ora com um pé no mal, sempre na corda bamba, sempre no fio da navalha da escolha. Como bem refere, a criação deriva de uma pulsão, a descoberta e a necessidade de desvelar o mundo tendo em vista a sua contenção, o seu controlo, a sua dominação. Vencer a morte sempre foi uma das grandes aspirações da humanidade, senão a maior. Consciente da sua finitude, o homem lança um grito de revolta suficientemente forte para ser audível pela eternidade. A magnitude das obras do passado, megalíticas, de majestade inefável, dão testemunho silencioso de uma época de mistérios profundos - lembro-me da grande pirâmide, mas também de Stonehenge ou Machu Pichu. Os próprios deuses, figuras hibrídicas, meio humanos meio animais, centauros, minotauros. O desafio, sempre o desafio. Perante os instrumentos certos, como não pode o homem desejar igualar os deuses, desafiar a ordem natural, igualá-los na sua hybris? A necessidade de desafio está inscrita na genética do homem; é tão humana como a própria linguagem.Ruben David Azevedohttps://www.blogger.com/profile/16770692686282968287noreply@blogger.com