tag:blogger.com,1999:blog-3931633348452706196.post4967423499939863870..comments2014-05-27T11:04:08.753-07:00Comments on Palavras Inconjuntas: Economia sem ética ou economia sem pessoas?Ana Carina Vilareshttp://www.blogger.com/profile/13404374855373577217noreply@blogger.comBlogger6125tag:blogger.com,1999:blog-3931633348452706196.post-79217653847999471852012-07-30T15:53:39.533-07:002012-07-30T15:53:39.533-07:00Caro Carlos Pires. Desde já agradeço a sua questão...Caro Carlos Pires. Desde já agradeço a sua questão. Não se trata de comunismo nem de interferência direta, totalizadora, do estado na economia. Sabemos bem que as economias planificadas nunca deram bom resultado. Trata-se de introduzir regulação, regras no "jogo económico". Ao mesmo tempo, é necessário que o estado se retire da economia. Grande parte do problema da falta de ética na economia confunde-se com o problema da falta de ética na política. Sabemos que a política, o estado, muitas vezes privilegia determinadas corporações e empresas - nomeadamente por via das PPP´s e dos concursos por ajuste directo -. Os concursos públicos para empreitadas públicas, por exemplo, não são transparentes e não se baseiam no princípio da qualidade e do mérito, mas no compadrio e no suborno. Isto não favorece a concorrência e não promove o mérito e a qualidade das empresas. Eis um exemplo para introduzir regras na economia: libertar a economia da política e do estado. O Estado deve cumprir o seu papel nas áreas que lhe competem diretamente: saúde, educação, segurança e justiça. Ao mesmo tempo, a política, o estado, deve canalizar os seus recursos para a regulação. Os reguladores - nomeadamente a autoridade para a concorrência - devem também eles ser despolitizados no sentido de reforçar a imparcialidade das suas decisões e permitir uma efetiva e saudável concorrência. Não devemos menosprezar a importância da implementação de uma ética empresarial, de uma deontologia. Os empresários, nomeadamente aqueles que têm um maior volume de negócios, são líderes e administradores de grandes corporações e portanto têm uma maior responsabilidade social, devem ser responsabilizados cada vez mais pelo impacto que possam ter nas vidas dos seus colaboradores, pelas condições que lhes oferecem, e também pelo impacto social do seu trabalho. Parece-me a mim que o problema da falta de ética na economia é, sobretudo, um problema de ética na política. O estado deve regular, ser transparente, redistribuir equitativamente a riqueza - o que não significa igualitariamente - e retirar-se dos sectores que não lhe dizem respeito. O estado não deve fazer negócios. Deve fazer política. A distribuição equitativa da riqueza implica, ao mesmo tempo, uma política físcal justa, adequada e equitativa. Demasiados impostos não promovem a riqueza de um estado, nem de uma economia. Os impostos devem ser adequados, e para tal o estado não pode multiplicar-se em serviços, em empresas públicas desnecessárias, em negócios ruinosos que favorecem sempre as empresas - muitas vezes deficitárias mas que não vão à falência porque estão encostadas ao estado -.Ana Carina Vilareshttps://www.blogger.com/profile/13404374855373577217noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3931633348452706196.post-38258917402975296502012-06-25T03:31:51.971-07:002012-06-25T03:31:51.971-07:00Mas o que se poderia fazer para introduzir mais ét...Mas o que se poderia fazer para introduzir mais ética na economia? E como fazer isso sem que a emenda seja pior que o soneto (que é o que sucede com o comunismo)?Carlos Pireshttps://www.blogger.com/profile/08251950765007453258noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3931633348452706196.post-45844053097449086762012-04-09T16:32:53.928-07:002012-04-09T16:32:53.928-07:00Extraordinária é esta (re)educação do "sentid...Extraordinária é esta (re)educação do "sentido" como alguém refere e muito bem. Ou dos sentidos, singulares e comuns. São precisas muitas horas extra de trabalho para lá chegar e não sabemos bem se alguma vez atingiremos esse ponto alto de humanidade. É continuar...Ana Carina Vilareshttps://www.blogger.com/profile/13404374855373577217noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3931633348452706196.post-31884497961639890472012-04-09T15:49:18.644-07:002012-04-09T15:49:18.644-07:00Extraordinário :)Extraordinário :)Ruben David Azevedohttps://www.blogger.com/profile/16770692686282968287noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3931633348452706196.post-76938677791685055272012-04-09T11:29:55.159-07:002012-04-09T11:29:55.159-07:00O grande problema é que ostracizámos Karl Marx ced...O grande problema é que ostracizámos Karl Marx cedo demais, causa das suas invariáveis interpretações e transformações na vida pública, demasiado pública. Eu sei que Marx advoga o contrário da minha posição. Menos indivíduo, ou menos singularidade diria melhor, e mais sociedade, mais união. Mas Marx tinha razão quanto à injustiça que a luta de classes perpetua e à sua pretensão em deixar sempre tudo como está. Parece-nos que o fracasso é sempre socialista. Apenas quando algo corre mal é que nos lembramos dos antigos modelos e dos velhinhos filósofos. Pretendemos mais igualdade e menos liberdade. A grande questão é que nós podemos ser livres sozinhos, mas nunca podemos ser iguais sozinhos. Temos de nos comparar sempre a alguém na pergunta pela igualdade, e essa pergunta é sempre mais trabalhosa: "afinal, sou igual a quem?" Será que aquela pessoa com quem me comparo é mais merecedora do que eu de certos bens e benefícios? São perguntas sempre intempestivas e, desde logo, se não tivermos uma vivência forte da liberdade, no sentido de termos também a capacidade de perceber que também dependemos e muito dos outros, nunca conseguiremos encetar esse caminho. É como refere Amartya Sen: "Vivemos num mundo em que poderá ser muito difícil ser-se completamente independente da ajuda e da boa-vontade dos demais, e, por vezes, aliás, poderá nem ser essa a coisa mais importante a alcançar." Ele di-lo muito melhor do que eu.Ana Carina Vilareshttps://www.blogger.com/profile/13404374855373577217noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3931633348452706196.post-69656601777574833692012-04-09T11:12:14.623-07:002012-04-09T11:12:14.623-07:00Sem dúvida: uma economia de mercado, se não for de...Sem dúvida: uma economia de mercado, se não for devidamente regulada, cedo se perverte e, por fim, subverte. O problema é que este perverter/subverter não se faz isoladamente: leva a democracia com ele. "E eles próprios o expressam embora sub-repticiamente: das pessoas eclipsemo-nos, até porque elas já se eclipsaram de si próprias. Perderam não só a sua casa (oikos), mas igualmente a sua morada (êthos)." Concordo absolutamente com esta citação. A alienação do humano hoje é diferente daquele que Marx propôs inicialmente. O homem é hoje mercadoria, consumidor mas sobretudo produto. Basta ver como funciona o "mercado de trabalho". Só quem está disposto a "vender-se barato", ou seja, a ser mal pago para trabalhar muito, pode contar em ter um trabalho. Se não estiver bem, pode sair porque não falta oferta de mão-de-obra. É esta a condição das sociedade ditas liberais nos tempos de hoje. Uma economia com ética, como bem refere, é um retornar do homem à sua casa, à sua morada. Não é por acaso que economia vem de oikonomos (governo da casa) e ética, no ethos original significa morada. Sim, é preciso denunciar. Denunciemos pois.Ruben David Azevedohttps://www.blogger.com/profile/16770692686282968287noreply@blogger.com